Tuesday, April 29, 2014

Nem tudo são flores II

Se você perguntasse ao Einstein se ele era inteligente, provavelmente diria, "Sim". A mesma coisa aconteceria se perguntasse à Megan Fox se ela se acha bonita. A falsa modéstia não cai bem. Por isso digo, para quem quiser ouvir que sou um homem belo, sempre fui, e sempre serei. Belíssimo. Sorry periferia, como dizia o amigão Ibrahim Sued. Isso me atrapalha, às vezes.

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Monday, April 28, 2014

Nem tudo são flores

Muita gente acha que minha vida foi fácil, só desfrutando da companhia dos ricos e famosos, comendo bem, andando de primeira classe e contribuindo humildemente para a história em intervenções pontuais. Não têm ideia do que já passei nesta vida, certas coisas que nem posso contar aqui. Em grande parte fiz o que fiz pela minha nobreza de coração e lealdade, morro por um amigo.

Lá em meados dos anos 50, tive que fazer um negócio na Rússia. Era época de Guerra Fria, e eu brasileiro, ocidental e capitalista de carteirinha. Não era muito fácil entrar no país, porém, como sou nobre e bem conhecido no meio político, consegui o visto. O cunho da minha visita era artístico, seria uma visita bem inócua.

Durante a minha permanência em Moscou, me apresentaram o Leonid. Convidou-me para conversar no seu escritório, no centro de Moscou. Nunca vi coisa igual. O escritório tinha duas escrivaninhas, munida cada uma com uma cadeira, e um sofá. Numa das escrivaninhas, somente dotadas de um aparelho telefônico cada, sentava-se Leonid, na outra seu assistente, Spasitel. Aparentemente, não faziam nada o dia inteiro, a não ser ler o Pravda.

Sentei-me, e começamos a conversar. Depois de uma hora, entram no escritório dois sujeitos mal encarados. Começam a revistar tudo, e nada acharam nas mesas. Daí removem duas hastes de metal reluzente encontradas embaixo da almofada do sofá. Os broncos perguntam, quase gritando "O que é isto?".

A resposta de Leonid foi engraçada:
- Vocês não vão acreditar, são varas de pescar, achei que tinha perdido.

E tomou os aparatos das mãos dos brutalhões, agradecendo-os. Os camaradas saíram contrariados, pois estavam esperando alguma coisa, não sei o que.

Surpreendentemente, a Gorda (era assim que o apelidei, carinhosamente), me disse:
- Esse pessoal da KGB é muito chato, e são burros. Estas duas são antenas de tungstênio, que uso nos meus aparelhos de escuta telefônica. Mas daqui a alguns anos eu tomo conta do país e eles vão se ver comigo.

Continuamos a nos corresponder, a Gorda e eu. Ele me chamava de Cospe-cospe. Algum brasileiro espírito de porco lhe ensinou a conjugação do verbo cuspir, e Leonid, que adorava brincar, criou o espirituoso apelido. Leonid achava que eu cuspia para falar. Ninguém nunca reclamou, nem quando falava russo, nem um dos outros 31 idiomas que falo perfeitamente...Porém, foi esse o preço para continuar chamando-o de Gorda, valeu a pena

Alguns devem se lembrar da minha amiga Bratislava Romanova, que conheci no Paraguai. Pois bem, tive que ir a Rússia de novo por causa dela, só que desta feita, confesso que entrei com um passaporte fajuto. Minha secretíssima missão era apurar o paradeiro do cofre que seria aberto com a chave 171, que continha verdadeira fortuna da família do Tzar, os Romanov.

Entrar na Rússia foi até fácil. Porém, no meio do caminho, a KGB me pegou. Fui levado para um lugar escuro, e ninguém falou comigo durante um dia. Era a época do Kruschev e o mundo quase tinha ido para os ares a poucos meses, na Baía dos Porcos. De repente, abre a porta. Qual não foi a minha surpresa, o oficial que veio me interrogar era nada menos do que Leonid "Gorda" Brejnev. Acompanhado de diversos sujeitos mal encarados, a "Gorda" lhes disse, "podem deixar que eu tomo conta dele", ao mesmo tempo que piscava um dos olhos, uma cena engraçada, considerando a sua grossa sobrancelha.

Brejnev me levou dali num ZAZ preto, e me disse:

- Você deveria ter me contatado em vez de fazer esse serviço sozinho. O cofre da chave 171 está em Londres, não está aqui. Até lhe dou o endereço.
- Como você sabia o que vim fazer aqui?
- Eu sei tudo, Cospe-cospe! Não estou interessado no dinheiro dos Romanov. Agora te tirar aqui da Rússia vai ser difícil, o Kruschev acha que você é espião americano. Vamos fazer o seguinte, conheço uns ex-agentes da KGB que têm todas as chaves do aeroporto de Moscou. Eles te acompanham e levam você dentro do avião, passando por trás do controle de passportes. Eu arranjo uma passagem no primeiro voo da Aeroflot para fora da Rússia. Hoje à noite você dorme na minha casa.

Assim foi feito. No dia seguinte, fiquei esperando minha passagem, além do meu passaporte (que tinha sido confiscado), e logo batem na porta do Leonid três sujeitos mau encarados. Um deles reconheci, era um dos truculentos que o Leonid enganou com a vara de pescar. Me colocaram em outro Zaz preto, e lá fui eu para o aeroporto de Moscou.

Confesso que a perspectiva de ficar preso na Rússia não era alentadora. O aeroporto estava cheio de policiais fardados e disfarçados. Porém, meus assistentes sabiam o que estavam fazendo, e me conduziram por um imenso labirinto de corredores, até chegar no voo da Aeroflot que iria para Londres. Entrei no avião. O dito cujo não partia de jeito nenhum. E cada hora entrava um mal encarado lá dentro. Olha, achei que eu iria dançar, e não era polca. Eventualmente fecharam as portas, e lá fui eu para Londres.

Realmente a Gorda logo tomou conta do país, e como agracedimento, lhe enviei alguns carros para iniciar a sua coleção.

E consegui recuperar a fortuna dos Romanov para a Bratislava.

Monday, April 21, 2014

A maior mentira do século passado

Se tem uma coisa que detesto é mentira. Na realidade, não admito nem exagero, quanto mais mentira. Nós nobres somos ensinados desde o berço (no meu caso, em diversos idiomas, inclusive o chinês) a não mentir e lutar pela verdade. Assim quando vejo mentiras engolidas pelas massas como verdade, fico fulo da vida!

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Sunday, April 20, 2014

Por que não estou no Facebook

Antes de mais nada, gostaria de frisar que sou um cara moderno, moderníssimo. Fui uma das primeiras pessoas a usar telefone celular, e de fato, em meados dos anos 80, já andava nas ruas de Nova Iorque falando em um minúsculo celular que muitas pessoas deviam pensar que era aquele precário dispositivo usado para recuperar mensagens de secretárias eletrônicas. Fui convidado a participar da primeira Internet, nos anos 70, quando ainda era um exercício militar. Steve Jobs me ligava para pedir minha opinião sobre os produtos que pretendia lançar anos antes do lançamento. Tive papel importante no desenvolvimento de micros e CDs. Portanto, não pensem que minha ausência do Facebook se dá por causa de falta de modernidade.

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Saturday, April 19, 2014

Sequestraram meu amigo!!!

Nem tudo são flores na vida do Conde Rodolpho Chimentão. Muita gente pensa que nunca passei por momentos negativos, porém, devo confessar que já tive meus pontos baixos na vida. Por exemplo, quando deixei de fazer o que seria o negócio imobiliário do século, em 1958.

Chamaram-me para uma reunião em Miami. Saí de Paris no primeiro voo, e logo me dirigi ao Hotel Fointainebleau, meu predileto em Miami Beach. O que me foi oferecido era assustador - comprar todos os prédios da Ocean Drive, inclusive a futura mansão do meu amigo Versace, por um preço razoavelmente baixo. A razão não sei. O dinheiro tinha de sobra. Mas impliquei com o negócio, não sei. Achei que Miami Beach nunca mais daria certo, e não aceitei fazer o negócio na primeira reunião, ainda achei caro. Voltei para o hotel e fui descansar na minha piscina predileta, tomando uma Cuba Libre. Aí me localizaram na piscina "O senhor tem uma chamada urgente".

A assustada voz na outra linha me diz

- Sequestraram o Juan.

Tenho incontáveis amigos brasileiros que foram sequestrados, além de outros no México e outros países do mundo inteiro. Atualmente parece uma coisa corriqueira, porém, em 1958 não se sequestrava ao atacado como hoje. Não sei bem o que tinha eu a ver com o sequestro do Juan, fiquei matutando, porém, como bom amigo, resolvi que tinha que fazer alguma coisa. Arrumei uma mala rapidamente, chamei um táxi e fui para o aeroporto.

- Qual é o primeiro voo para Cuba?

Sim, tinham sequestrado meu amigaço Juan Manuel Fangio, 5 vezes campeão mundial de Fórmula 1, que estava em Cuba para participar das festividades do Grande Prêmio, embora não fosse correr. Não sabia bem o que poderia fazer, daí veio um estalo! Pensei comigo "Vou chamar o Ernesto". Tinha conhecido Ernesto num congresso de medicina alguns anos antes, e ficamos amigos, apesar de vivermos em mundos diferentes.

Procurei ser discreto, perguntei aqui e ali, e acabei achando Ernesto. Depois de nos abraçarmos, fui bastante direto e disse ao Ernesto:

- Ô, Ernesto, vocês foram sequestrar logo o Fangio. Ele é gente fina. Não faça isso. É inclusive argentino que nem tu.
Ele respondeu muito nervoso:
- Rodolfito, você sabe que somos irmãos. Mas a revolução acima de tudo. Fangio é símbolo da burguesia mundial.
- Entendo tudo isso. Vamos fazer o seguinte, é de bufunfa que vocês precisam? Estou aqui com um dinheiro de um negócio que ia fazer me Miami. Fica com ele.

Che Guevara olhou para o dinheiro, coçou o pescoço. E falou.

- Está certo. Dessa vez passa. Vou mandar soltar o Juan.

Tudo terminou em festa. Juan solto, a corrida ocorreu, a revolução também, e eu fiquei sem a Ocean Drive.

A coisa mais difícil que já fiz na vida

Sempre fui atlético, e de fato, participei de muitas competições automobilísticas, de jiu jitsu e de pólo, participando com pseudônimos. Isto me cansou um pouco, ter que usar pseudônimos por ser nobre e rico, sendo assim, fui me afastando dos esportes competitivos pouco a pouco.

Já praticava o alpinismo desde moço. Como carioca da gema - e da clara - tínhamos uma espaçosa casa em Petrópolis, e sempre que podia, me mandava para lá, escalando as montanhas locais.

Agora alpínismo mesmo fui conhecer quando fui estudar na Suíça. Aprimorei-me, e logo me veio o sonho de escalar o Monte Everest, o mais alto da Terra.

Naquela época só era possível escalar pelo Nepal, pois a China não permitia, e o número de expedições era limitado. Fiquei sabendo que o neo-zelandês Edmund Hillary faria uma expedição sob bandeira inglesa em 1953, porém, após alguns contatos, esmoreceu o meu ânimo de buscar uma colocação na equipe. A possibilidade de Hillary incluir um brasileiro no time de primeira era mínima, para não dizer zero. Simplesmente não éramos conhecidos como exímios alpinistas.

Aí me veio uma ideia. Não vou como membro da equipe inglesa, como alpinista ocidental, e sim, como sherpa. Mudei-me para o Nepal, aprendi rapidamente o idioma dos sherpa (sempre tive facilidade para línguas, falo 30), e trouxe algumas maquiagens da Europa para ficar com aparência de Sherpa. Dava muito trabalho aplicar a maquiagem, mas valeu a pena. Mudei o nome para Watta Tikkah.

Como estava no auge do meu preparo físico, fui rapidamente aprovado por Hillary, que inicialmente não desconfiou que eu não era sherpa. Quando desconfiou já era tarde, estávamos a mais de 6000 metros de altura e Edmund não iria rodar a baiana. Hillary viu que eu entendia inglês perfeitamente, enquanto os outros sherpa tinham muita dificuldade e ficavam jum olhando para o outro quando pedia algo. Dei bandeira. Dei mesmo, verão adiante. Eddie aplicou a filosofia do não se mexe em time que está ganhando.

Quando chegamos no último acampamento, a 8500 metros, infelizmente não fui escolhido para integrar o time que subiria ao cume. Uma pena!!! Hillary e seus escolhidos partiram, só que esqueceram a bandeira britãnica que fincariam no cume da montanha! Um grande mico. Como eu era de longe o "Sherpa" melhor preparado dos que ficaram, fui escalado para alcançá-los e entregar a bandeira.

Escalei que nem um louco. Esbaforido, faltava-me o ar, porém, passei algum tempo correndo maratonas no Perú e Bolívia para me preparar, e logo me recuperava. Eventualmente, uma grande surpresa. Cheguei ao cume do Everest, a 8848 metros, e nem sinal de Hillary ou da sua equipe. Fiquei esperando uns quinze minutos, e nada. Era umas 10 e meia. Logo deduzi que devia ter subido pelo flanco oposto, eu subi no sul, eles deveriam estar no norte. Assim, fui descendo o flanco norte, até avistá-los de longe. Deu um pouco de trabalho, mas fiz de conta que estava vindo por baixo, para que não soubessem que já tinha estado lá em cima. Sim, a fineza de espírito que só nos nobres temos. O resto é história.

Quando desci no acampamento dos 8500 metros notei que faltava no meu bolso o escudinho do meu querido Fluminense, que sempre levava no bolso nas minhas escaladas para dar sorte. Fiquei um pouco apreensivo, pois naquela época, acredite ou não, era um pouco supersticioso. Mas não iria subir e descer 348 metros para procurar o danado amuleto, deixei para lá.

Depois de algum tempo a expedição voltou ao nível base, que no Nepal ainda fica alguns quilometros acima do nível do mar. Num jantar celebratório, Hillary me pegou de lado e me fez confessar que não era Sherpa. Disse-lhe que era brasileiro, e rimos muito. Ele disse que também tinha uma confissão a fazer. Achava que algum extra-terreno tinha estado no cume do Everest antes dele, pois tinha achado algo que parecia um escudo de metal vermelho, verde e branco. Os seus assistentes não viram, e ele rapidamente enterrou o escudo na neve. O escudo do meu querido Fluminense, vejam só.  

Friday, April 18, 2014

A questão do cerrado

Era muito amigo de Juscelino Kubitschek, que me foi apresentado pelo meu amigo Phogozyk. JK era um homem muito culto, e com ele conversava sobre política, medicina (nós dois éramos médicos), em tcheco, idioma dos seus antepassados, o qual eu falava perfeitamente. Quando se tornou presidente, ficou um pouco difícil ter contato constante com ele, embora também morasse no Rio de Janeiro, porém, sempre que podiamos, íamos tomar um chá no Cirandinha, onde contávamos com uma mesa cativa. Fechavam a sala só para nós.

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Entrevista com a História

Werner Von Braun era muito meu amigo e acompanhei de perto (inclusive dei alguns palpites) no programa espacial americano dos anos 60. Certa feita, fui visitar Vevé (como o chamava, carinhosamente) e meus amigos astronautas, e acabei conhecendo uma jornalista italiana que escrevia para o Europeo. Seu nome Oriana Fallaci.

Logo Oriana e eu ficamos muito amigos, pois tínhamos muitas coisas em comum. Conversávamos em francês, italiano e inglês, embora lá na NASA sempre falássemos em inglês, para não ofender ninguém. Um belo dia Oriana se mandou para o Vietnã, embora mantivesse um apartamento em Nova Iorque, e casa em Florença, e fiquei um bom tempo sem vê-la.

Quando estava em Nova Iorque nos víamos. Também jantei com ela no Le Lapin Troubadour em Paris, que incrivelmente ela não conhecia (disse que ia escrever um artigo sobre o restaurante, porém, ficou devendo), e a encontrei rapidamente no Rio de Janeiro.

Cabe aqui um porém. Às vezes tenho algumas premonições, e foi exatamente isso que aconteceu em 1968, uma forte premonição. Oriana me ligou em Nova Iorque e me disse que iria para a Cidade do México. Eu lhe disse categoricamente, "Não vá, por favor". Ela me respondeu um tanto ríspida "Chimentano (era assim que me chamava) se fiquei um tempão no Vietnã fugindo de bombas e tiros de metralhadoras, por que haveria de ter medo de um protestinho besta no México, em vias de hospedar os Jogos Olímpicos? Vá se catar. Vou e pronto."

Cabe aqui um porém II. A história se repete, e eu, como prolífico estudante da história (é uma das faculdades prediletas que cursei) posso dizer isso com cátedra. Acontecia no México, no turbulento ano de 1968, o mesmo que acontece no Brasil agora. O país iria realizar os primeiros Jogos Olímpicos de um país sul-americano, e o povo foi às ruas protestando os vultosos gastos do país com o evento, enquanto faltava de tudo no país. Se hoje o México é carente, imagine em 1968!!! Pois bem o país foi palco de muitos protestos, inclusive uma grande praça da cidade do México foi tomada por manifestantes.

E Oriana se foi, cobrir a muvuca na praça da Capital, onde seriam realizados os jogos. E quase não volta. O exército recebeu ordens de evacuar a praça.  No meio de um tumulto, o exército começou a atirar, e Oriana foi ferida. O jornalista alemão que estava ao seu lado não teve tanta sorte. Não queriam de toda maneira aceitar que era uma jornalista estrangeira, e por pouco não se vai para o espaço La Orianetta (era assim que eu a chamava). Salva por uma enfermeira que a reconheceu e contatou a Embaixada Italiana.

Quando voltou para Nova Iorque, disse a Oriana. "La Orianetta, você precisa parar de se arriscar tanto em meio de guerras e protestos. Por que não entrevista grandes figuras da política mundial? Você tem cacife. Se quiser te apresento alguns!"

Bom, o resto é história. Quase história. Entrevista com a História.

La Orianetta ficou muito feliz com o resultado das suas famosas entrevistas, captadas num best-seller, e um dia, enquanto almoçávamos no Tavern on the Green, me disse. "Chimentano, já entrevistei muita gente famosa, agora é sua vez. Vamos fazer uma bela entrevista..."

Antes que terminasse a frase, interrompi. Com semblante sério, lhe disse:

- La Orianetta, você sabe que sou nobre, não posso aparecer. Entreviste os Rothschild, os Rockefeller, os Matarazzo. Deixe os Chimentão em paz.

A mulher virou um bicho! Brigou comigo, se levantou, foi embora e nunca mais a vi. Ah, as italianas...

Thursday, April 17, 2014

Encontros improváveis

Há um lado ruim de ser nobre e miliardário. Por pressões da família, há coisas que não podemos fazer, pelo menos não usando o próprio nome. Temos que manter uma certa postura. Por isso, apesar dos meus substanciais dotes atléticos, meu nome nunca aparece em resultados de corridas de automóvel, lutas de jiu jitsu e competições de polo, embora tenha practicado todos esses esportes com grande expertise. Sempre usei pseudônimos.

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Minha culpa, minha máxima culpa.

Estava morando em Nova Iorque. Um dia toca to telefone às 7 da manhã:

- Rod, aqui é o Dick. Preciso falar com você, estou angustiado. Mas nada de telefone, vem para cá!
- Está bom, Dick, vou colocar uma roupa decente e pego o primeiro avião.

Fui correndo para o La Guardia. Chegando em Washington, havia uma limusine me esperando, e cinco carros do Secret Service. Tinha cheiro de problema, pois os caras corriam que nem loucos, parecia a Indy 500.

Chegando na Casa Branca, Nixon já havia cancelado todos os compromissos da manhã para me ver. Não encheu linguiça, já foi dizendo o que o perturbava.

- Rod, se soubesse que a tal Guerra Fria era tão forte não tinha me candidatado a Presidente. Eu não durmo mais. O que você acha da Guerra Fria?

Parei um pouco, refleti. Lembrei de Sun Tzu, misturado com um pouquinho de Maquiavel, e disse a Nixon.

- Dick, sei que o problema de vocês é com os comunistas. Só que tem os russos, tem os chineses. Fique amigo de um, imagino, os chineses, e você neutraliza o outro.
- Interessante, só que o Mao Zedong (Tse-Tung) é intransigente, não quer nem falar com a gente. Parece até mais fácil falar com os russos...

Cabe aqui um porém. Poucos sabem, minha família tinha fortes ligações com os chineses há séculos. De fato, um antepassado, o Barão Pereira Gomes da Costa, foi um dos primeiros dignatários portugueses a fazer comércio com os chineses. No porto de Xin Bun, gozava de tratamento preferencial do Chefe do Porto (era muito invejado por isso). O chefe do porto na época se chamava Xi Men Tao. O Barão gostou tanto do nome que o aportuguesou para Chimentão, mudando o nome da família para sempre. E forjando fortes laços com os chineses, que adoraram a homenagem. Até o Mao gostava da nossa família, que chamava de "meus favoritos burgueses", e tínhamos amplo acesso a ele. Na nossa família era costume ensinar chinês desde o berço, de forma que eu falava o idioma perfeitamente. Já sabia o que Dick Nixon iria pedir.

- Faça o seguinte, Rod. Vá para a China, fale com o Mao. Diga que queremos ser amigos. Mas que tipo de amizade?
- Ora Dick, pense no seguinte. Eles têm gente saindo do ladrão, muita terra, e chinês gosta de trabalhar. Tire algumas fábricas dos Estados Unidos e coloque lá. Os produtos serão muito baratos.
- Genial.

Fui para Pequim (ou Beijing, como queiram). Fiquei um mês tentando convencer Mao, que aos gritos me dizia:
- E minha revolução agrícola, como fica!
- Ora Mao, você tem tanta gente aqui que a maioria vai continuar no campo. Mas a coisa vai melhorar para parte da população que vai te adorar e a China eventualmente terá poder mundial.

Bingo, foi falar em poder mundial e os olhos do Mao brilharam. Aceitou que se iniciassem as negociações.

Voltei para Washington, e falei com Dick. Ele queria inclusive que eu participasse das negociações, mas neguei, dizendo que o Kissinger ficaria com ciúmes.

- Deixe quieto, Dick. Fiz pela nossa amizade. Agora abra aquele Vinho do Porto especial que lhe deram de presente outro dia, vamos comemorar.

Quem sabe a culpa seja minha.

Wednesday, April 16, 2014

O que fazer depois de estudar história da arte na Sorbonne?

No início dos anos 60, decidi que iria estudar história da arte na Sorbonne. Naquela altura já tinha feito algumas das minhas 18 faculdades, porém, no Brasil havia poucos cursos bons na época, e muitos dos cursos fiz no exterior. Sempre gostei de Paris, que já frequentava desde menino, porém nunca tinha morado lá.

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Um vizinho querido

Morávamos num palacete na Avenida Vieira Souto, na época em que não existiam prédios por ali. Era uma opulenta residência, digna da nossa nobreza, e recebemos muitos dignatários no aconchego da nossa residência. Muitos preferiam ficar nela, do que hospedar-se no Copacabana Palace.

Entretanto, tivemos um problema de infestação de cupins, que não só tomou conta da estrutura da mansão, como também dos móveis. Tivemos que nos mudar temporariamente, enquanto uma equipe de profissionais ingleses colocava nossa maravilhosa residência na normalidade.

Tínhamos diversos imóveis no Rio de Janeiro, porém somente uma humilde casa de 12 cômodos na Tijuca não estava ocupada, pois na época todos queriam morar numa casa dos Chimentão. Para lá fomos, enquanto prosseguiam as obras. Isto porque papai resolveu fazer algumas reformas no palacete Chimentão, e, sendo assim, nossa estadia, programada para alguns poucos meses, se alongou para mais de ano.

Fomos para a Tijuca, nossos pais, empregados, os irmãos e nossos cachorros.

Nosso vizinho era um sujeito engraçado, chamado Abelardo. Eu ainda era rapazinho, mas Abelardo gostou de mim apesar da grande diferença de idade. Abelardo era radialista, já um tanto conhecido no Rio de Janeiro, e muitas vezes ficava um bom tempo no quintal me olhando brincar com minha cachorra, Teresinha. Um belo dia me perguntou:

- Que raio de nome é esse para uma cachorra, Rodolpho?
- Ah, não sei, tinha uma menina que morava perto da minha casa, que parecia uma índia paraguaia, tinha cara de cachorra e se chamava Teresinha. Achei que minha cachorra devia se chamar Teresinha.

Abelardo deu uma forte gargalhada, falou um palavrão (gostava de falar palavrão) e começou a gritar "Teresinha, uúuu".

Eu sempre dormi muito pouco, de fato, lá pelas cinco da manhã já estava de pé. E o meu amigo, mais conhecido pelo apelido Chacrinha, gostava de dormir até tarde. Eu gostava de conversar com ele de manhã, sendo assim, um dia arranjei uma grande e barulhenta buzina, e comecei a usá-la embaixo da sua janela, como se estivesse fazendo uma serenata. Abelardo abriu a janela e gritou:

- Quem é o #%#¨#¨@ que está usando esta &%#¨# desta buzina  %$#%?

Daí ele me viu. Olhou para a buzina, e olhou para mim, olhou para a buzina de novo, e me disse, com cara de quem tinha descoberto a roda:

- Me empresta esta %$¨$ desta buzina Rodolpho?
- Para que?
- Você vai ver...

O resto é história.

Tuesday, April 15, 2014

Bateu uma saudade do Paulinho

A fama é uma faca de dois gumes. Sou feliz por ser bem conhecido entre celebridades, influentes, dignatários, autoridades e nobres. Sou conhecido dos famosos, mas o grande público não tem a mínima ideia de quem eu sou. Sorry, periferia, como dizia meu amigaço Ibrahim Sued. Tenho o melhor dos dois mundos.

Porém, devo dizer que meus amigos famosos sofrem, muitas vezes padecem. Porque o público é maldoso, e tem uma percepção errada de quem somos. Imagens são alimentadas pela mídia, frequentemente distorcidas, que trazem sofrimento aos meus amigos do coração, que literalmente, perdem o sono.

Vejam só o Paulinho. Convivi muito com Paulinho. Muitos achavam ele um cara sizudo, extremamente cáustico, cínico, crítico ad extremis, belicoso, antipático, chato. Pois pessoalmente, Paulinho era uma pessoa doce, bem humorada, agradabilíssimo e engraçado. De fato, nosso amigo em comum Millor dizia, "depois me chamam de humorista, olha só o Paulinho..." E caía na gargalhada.

Como morávamos na mesma cidade, Nova Iorque, desfrutei muito da companhia do suave Paulo Francis. Nosso maior folguedo era sair com imensos grupos de brasileiros famosos, porém incultos, e ficar conversando a noite inteira em alemão, idioma que domino completamente, inclusive os dialetos. De fato, eu e Francis começávamos falando o dialeto do sul da Alemanha, depois passávamos para o austríaco, o suíço, o alsaciano. Mesmo quem entendia alemão se complicava. E usávamos algumas palavras brasileiras que não existiam no idioma de Goethe, como Schatenisch (chato). Ou seja, tínhamos o nosso próprio canal de comunicação.

Muitas vezes simplesmente passávamos a noite jogando banco imobiliário. comendo balas de goma, escutando música dodecafônica, discutindo Schopenhauer e contando piadas cabeludas. Às vezes ficava com as mandíbulas doendo de tanto rir, sem contar o estômago dolorido, cheio de doce.

Este era o verdadeiro Paulo Francis. Que falta ele faz!

Um QI Avantajado

Não gosto de me gabar, mas sei que sou um homem inteligente. De fato, falo 31 idiomas diferentes, sem sotaque, toco 16 instrumentos musicais com maestria e fiz vinte faculdades. Não adianta demonstrar falsa modéstia, pois minha ampla cultura se faz notória no momento em que abro a boca.

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Monday, April 14, 2014

Eu e meus amores

Muita gente me pergunta "Conde, por que você não escreve sobre suas mulheres? És gay?"

Vamos por partes. Primeiro, não sou gay. Tenho dezenas de milhares de testemunhas, se quiserem.

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Nunca precisei trabalhar, mas gosto

Sem me gabar, a minha fortuna familiar foi suficiente para manter um lifestyle luxuoso há décadas, e nunca precisei trabalhar. Estudei muito, dezessete faculdades, vinte e cinco idiomas, aprendi doze instrumentos musicais perfeitamente, porém, vez por outra me dava vontade de trabalhar. Nunca foi difícil arranjar algo para fazer.

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Injustiça com minhas queridas amigas

Escrevo muito sobre meus amados amigos, porém, nestes anos tenho acumulado centenas, melhor dizendo, milhares de amizades com mulheres, muitas das quais famosíssimas. Conheci profundamente muitas mulheres que são injustiçadas nos anais da história.

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Sunday, April 13, 2014

Mário Henrique Simonsen, grande figura, muitas saudades

Entre as treze faculdades que fiz, uma das minhas prediletas foi economia. De fato, era tão bom na matéria que fui disputado por Harvard e Yale, como professor, e só não aceitei por que não tinha doutorado. Na minha vida acadêmica estudei muita coisa, porém, sempre em nível de bacharelado. Os três doutorados que tenho são honoris causa.

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Eu na fórmula 1

É notório meu amor pelo automobilismo. Não teria sido eu o primeiro Conde no esporte - de fato, muitos nobres correram, e eram bastante comuns no início do automobilismo - Graffenried, Beaufort, de Portago, Bira, Von Trips, Von Brauchitisch...Alguns até são meus parentes distantes.

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Wednesday, April 9, 2014

Porque mudei para Kota Kinabalu

Sei que o sonho de grande parte da humanidade é morar, em absoluto luxo, em cidades como Paris, Nova York, Roma, Londres e Rio de Janeiro. E foi assim que passei a maior parte da minha vida adulta. Porém, chega uma hora em que tudo cansa, até a vida do jetset, como tem sido a minha há anos.

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Eu e o goleiro Gilmar num lugar inusitado

Era o começo dos anos 70. Estava de passagem por São Paulo, finalzinho de verão. Quente verão, por sinal. Na época estava passando mais tempo na França do que em qualquer outro lugar, porém, tive que ir ao Brasil tomar conta de uns negócios. Havia comprado alguns milhões em papéis de uma financeira que quebrou, e tinha uma reunião com os advogados que me representavam no centro da cidade.

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Teria sido uma bossa realmente nova

Eventualmente explicarei por que hoje em dia moro em Kota Kinabalu. Em síntese, sendo uma pessoa tão conhecida e bem quista como sou, morar em Nova York, Paris, Rio de Janeiro, Londres e Roma, como morei, simplesmente não dava mais. Agora com celular então, esquece. Telefone tocando o dia inteiro, convites para jantares. Tantos jantares...Haja barriga. Ouso dizer que estou ficando velho, mas a verdade é que não tenho mais pique para dez compromissos por dia. Chega. Aqui em Kota Kinabalu poucos me conhecem.

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Walmor Chagas e o enólogo francês

François Duschaine era o sommelier do Le Lapin Troubadour, meu restaurante predileto em Paris. Na minha opinião, um grande sommelier, senão o melhor da época em Paris. E olhe que eu entendo muito de vinhos, sem querer me gabar. Ocorre que Duschaine era um sujeito fechadão, não sabia fazer networking, e feliz com seu trabalho no Le Lapin Troubadour.

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Luiz Gonzaga e Gonzaguinha, que saudades

Poucos sabem disso, porém, Luiz Gonzaga começou a carreira tocando e compondo belos choros no Rio de Janeiro. Ia sempre vê-lo tocar, e muitas vezes até toquei com ele (toco dez instrumentos musicais), quando faltava algum músico. Como éramos muito amigos, um dia disse à Luiz, na lata:

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Tuesday, April 8, 2014

Marcos Paulo no futebol

Eu tinha camarote cativo no Maracanã. Não quero me gabar, não só no Maracanã, como no Morumbi, Beira-Rio, Mineirão. Sou muito bem quisto no meio futebolístico. Mas sempre gostei mais do Maracanã. Belo estádio, imenso, vibrante, com muita história

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De Gaulle e Eu

Já fiz muita coisa boa, porém, já fiz muita besteira. Há coisas que fiz e disse das quais me arrependo imensamente.

Charles de Gaulle e eu éramos grandes amigos. Todos sabem que ele visitou o Brasil em uma visita oficial, no começo dos anos 60. Na época eu não estava no País, estava justamente na França.

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Ayrton Senna e a história da arte

No início dos anos 90 ia muito a Amsterdã, pois tinha negócios na cidade, dos quais depois me desfiz. Numa das minhas idas, tive a grata surpresa de coincidir minha estadia com uma passagem de Ayrton Senna na cidade, que tinha compromissos com o seu patrocinador.

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Paulo Goulart e Shakespeare

Não me lembro bem o ano. O lugar era Paris. Estava ocorrendo um festival de cinema na cidade, e como sempre fui apaixonado de cinema, e tenho muitíssimos amigos no metier, resolvi esticar minha viagem de negócios de Zurique, e curtir um pouco uma das minhas cidades favoritas.

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Mourão e a Revolução de 64

Era o fim de março de 1964 e estava eu em Londres, cuidando de alguns investimentos. Voltei ao hotel e toca o telefone. Incrível como as pessoas se comunicavam naquela época, nada de email, celular etc. Era uma chamada de péssima qualidade, proveniente do Brasil.

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José Wilker e seu Corcel

Há muitas primaveras, estávamos eu, Zé e um outro ator global jogando conversa fora quando decidimos ir a um novo restaurante que acabara de abrir lá perto da General Osório, pois a casa prometia.

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