Tuesday, April 29, 2014

Nem tudo são flores II

Se você perguntasse ao Einstein se ele era inteligente, provavelmente diria, "Sim". A mesma coisa aconteceria se perguntasse à Megan Fox se ela se acha bonita. A falsa modéstia não cai bem. Por isso digo, para quem quiser ouvir que sou um homem belo, sempre fui, e sempre serei. Belíssimo. Sorry periferia, como dizia o amigão Ibrahim Sued. Isso me atrapalha, às vezes.

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Monday, April 28, 2014

Nem tudo são flores

Muita gente acha que minha vida foi fácil, só desfrutando da companhia dos ricos e famosos, comendo bem, andando de primeira classe e contribuindo humildemente para a história em intervenções pontuais. Não têm ideia do que já passei nesta vida, certas coisas que nem posso contar aqui. Em grande parte fiz o que fiz pela minha nobreza de coração e lealdade, morro por um amigo.

Lá em meados dos anos 50, tive que fazer um negócio na Rússia. Era época de Guerra Fria, e eu brasileiro, ocidental e capitalista de carteirinha. Não era muito fácil entrar no país, porém, como sou nobre e bem conhecido no meio político, consegui o visto. O cunho da minha visita era artístico, seria uma visita bem inócua.

Durante a minha permanência em Moscou, me apresentaram o Leonid. Convidou-me para conversar no seu escritório, no centro de Moscou. Nunca vi coisa igual. O escritório tinha duas escrivaninhas, munida cada uma com uma cadeira, e um sofá. Numa das escrivaninhas, somente dotadas de um aparelho telefônico cada, sentava-se Leonid, na outra seu assistente, Spasitel. Aparentemente, não faziam nada o dia inteiro, a não ser ler o Pravda.

Sentei-me, e começamos a conversar. Depois de uma hora, entram no escritório dois sujeitos mal encarados. Começam a revistar tudo, e nada acharam nas mesas. Daí removem duas hastes de metal reluzente encontradas embaixo da almofada do sofá. Os broncos perguntam, quase gritando "O que é isto?".

A resposta de Leonid foi engraçada:
- Vocês não vão acreditar, são varas de pescar, achei que tinha perdido.

E tomou os aparatos das mãos dos brutalhões, agradecendo-os. Os camaradas saíram contrariados, pois estavam esperando alguma coisa, não sei o que.

Surpreendentemente, a Gorda (era assim que o apelidei, carinhosamente), me disse:
- Esse pessoal da KGB é muito chato, e são burros. Estas duas são antenas de tungstênio, que uso nos meus aparelhos de escuta telefônica. Mas daqui a alguns anos eu tomo conta do país e eles vão se ver comigo.

Continuamos a nos corresponder, a Gorda e eu. Ele me chamava de Cospe-cospe. Algum brasileiro espírito de porco lhe ensinou a conjugação do verbo cuspir, e Leonid, que adorava brincar, criou o espirituoso apelido. Leonid achava que eu cuspia para falar. Ninguém nunca reclamou, nem quando falava russo, nem um dos outros 31 idiomas que falo perfeitamente...Porém, foi esse o preço para continuar chamando-o de Gorda, valeu a pena

Alguns devem se lembrar da minha amiga Bratislava Romanova, que conheci no Paraguai. Pois bem, tive que ir a Rússia de novo por causa dela, só que desta feita, confesso que entrei com um passaporte fajuto. Minha secretíssima missão era apurar o paradeiro do cofre que seria aberto com a chave 171, que continha verdadeira fortuna da família do Tzar, os Romanov.

Entrar na Rússia foi até fácil. Porém, no meio do caminho, a KGB me pegou. Fui levado para um lugar escuro, e ninguém falou comigo durante um dia. Era a época do Kruschev e o mundo quase tinha ido para os ares a poucos meses, na Baía dos Porcos. De repente, abre a porta. Qual não foi a minha surpresa, o oficial que veio me interrogar era nada menos do que Leonid "Gorda" Brejnev. Acompanhado de diversos sujeitos mal encarados, a "Gorda" lhes disse, "podem deixar que eu tomo conta dele", ao mesmo tempo que piscava um dos olhos, uma cena engraçada, considerando a sua grossa sobrancelha.

Brejnev me levou dali num ZAZ preto, e me disse:

- Você deveria ter me contatado em vez de fazer esse serviço sozinho. O cofre da chave 171 está em Londres, não está aqui. Até lhe dou o endereço.
- Como você sabia o que vim fazer aqui?
- Eu sei tudo, Cospe-cospe! Não estou interessado no dinheiro dos Romanov. Agora te tirar aqui da Rússia vai ser difícil, o Kruschev acha que você é espião americano. Vamos fazer o seguinte, conheço uns ex-agentes da KGB que têm todas as chaves do aeroporto de Moscou. Eles te acompanham e levam você dentro do avião, passando por trás do controle de passportes. Eu arranjo uma passagem no primeiro voo da Aeroflot para fora da Rússia. Hoje à noite você dorme na minha casa.

Assim foi feito. No dia seguinte, fiquei esperando minha passagem, além do meu passaporte (que tinha sido confiscado), e logo batem na porta do Leonid três sujeitos mau encarados. Um deles reconheci, era um dos truculentos que o Leonid enganou com a vara de pescar. Me colocaram em outro Zaz preto, e lá fui eu para o aeroporto de Moscou.

Confesso que a perspectiva de ficar preso na Rússia não era alentadora. O aeroporto estava cheio de policiais fardados e disfarçados. Porém, meus assistentes sabiam o que estavam fazendo, e me conduziram por um imenso labirinto de corredores, até chegar no voo da Aeroflot que iria para Londres. Entrei no avião. O dito cujo não partia de jeito nenhum. E cada hora entrava um mal encarado lá dentro. Olha, achei que eu iria dançar, e não era polca. Eventualmente fecharam as portas, e lá fui eu para Londres.

Realmente a Gorda logo tomou conta do país, e como agracedimento, lhe enviei alguns carros para iniciar a sua coleção.

E consegui recuperar a fortuna dos Romanov para a Bratislava.

Monday, April 21, 2014

A maior mentira do século passado

Se tem uma coisa que detesto é mentira. Na realidade, não admito nem exagero, quanto mais mentira. Nós nobres somos ensinados desde o berço (no meu caso, em diversos idiomas, inclusive o chinês) a não mentir e lutar pela verdade. Assim quando vejo mentiras engolidas pelas massas como verdade, fico fulo da vida!

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Sunday, April 20, 2014

Por que não estou no Facebook

Antes de mais nada, gostaria de frisar que sou um cara moderno, moderníssimo. Fui uma das primeiras pessoas a usar telefone celular, e de fato, em meados dos anos 80, já andava nas ruas de Nova Iorque falando em um minúsculo celular que muitas pessoas deviam pensar que era aquele precário dispositivo usado para recuperar mensagens de secretárias eletrônicas. Fui convidado a participar da primeira Internet, nos anos 70, quando ainda era um exercício militar. Steve Jobs me ligava para pedir minha opinião sobre os produtos que pretendia lançar anos antes do lançamento. Tive papel importante no desenvolvimento de micros e CDs. Portanto, não pensem que minha ausência do Facebook se dá por causa de falta de modernidade.

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Saturday, April 19, 2014

Sequestraram meu amigo!!!

Nem tudo são flores na vida do Conde Rodolpho Chimentão. Muita gente pensa que nunca passei por momentos negativos, porém, devo confessar que já tive meus pontos baixos na vida. Por exemplo, quando deixei de fazer o que seria o negócio imobiliário do século, em 1958.

Chamaram-me para uma reunião em Miami. Saí de Paris no primeiro voo, e logo me dirigi ao Hotel Fointainebleau, meu predileto em Miami Beach. O que me foi oferecido era assustador - comprar todos os prédios da Ocean Drive, inclusive a futura mansão do meu amigo Versace, por um preço razoavelmente baixo. A razão não sei. O dinheiro tinha de sobra. Mas impliquei com o negócio, não sei. Achei que Miami Beach nunca mais daria certo, e não aceitei fazer o negócio na primeira reunião, ainda achei caro. Voltei para o hotel e fui descansar na minha piscina predileta, tomando uma Cuba Libre. Aí me localizaram na piscina "O senhor tem uma chamada urgente".

A assustada voz na outra linha me diz

- Sequestraram o Juan.

Tenho incontáveis amigos brasileiros que foram sequestrados, além de outros no México e outros países do mundo inteiro. Atualmente parece uma coisa corriqueira, porém, em 1958 não se sequestrava ao atacado como hoje. Não sei bem o que tinha eu a ver com o sequestro do Juan, fiquei matutando, porém, como bom amigo, resolvi que tinha que fazer alguma coisa. Arrumei uma mala rapidamente, chamei um táxi e fui para o aeroporto.

- Qual é o primeiro voo para Cuba?

Sim, tinham sequestrado meu amigaço Juan Manuel Fangio, 5 vezes campeão mundial de Fórmula 1, que estava em Cuba para participar das festividades do Grande Prêmio, embora não fosse correr. Não sabia bem o que poderia fazer, daí veio um estalo! Pensei comigo "Vou chamar o Ernesto". Tinha conhecido Ernesto num congresso de medicina alguns anos antes, e ficamos amigos, apesar de vivermos em mundos diferentes.

Procurei ser discreto, perguntei aqui e ali, e acabei achando Ernesto. Depois de nos abraçarmos, fui bastante direto e disse ao Ernesto:

- Ô, Ernesto, vocês foram sequestrar logo o Fangio. Ele é gente fina. Não faça isso. É inclusive argentino que nem tu.
Ele respondeu muito nervoso:
- Rodolfito, você sabe que somos irmãos. Mas a revolução acima de tudo. Fangio é símbolo da burguesia mundial.
- Entendo tudo isso. Vamos fazer o seguinte, é de bufunfa que vocês precisam? Estou aqui com um dinheiro de um negócio que ia fazer me Miami. Fica com ele.

Che Guevara olhou para o dinheiro, coçou o pescoço. E falou.

- Está certo. Dessa vez passa. Vou mandar soltar o Juan.

Tudo terminou em festa. Juan solto, a corrida ocorreu, a revolução também, e eu fiquei sem a Ocean Drive.

A coisa mais difícil que já fiz na vida

Sempre fui atlético, e de fato, participei de muitas competições automobilísticas, de jiu jitsu e de pólo, participando com pseudônimos. Isto me cansou um pouco, ter que usar pseudônimos por ser nobre e rico, sendo assim, fui me afastando dos esportes competitivos pouco a pouco.

Já praticava o alpinismo desde moço. Como carioca da gema - e da clara - tínhamos uma espaçosa casa em Petrópolis, e sempre que podia, me mandava para lá, escalando as montanhas locais.

Agora alpínismo mesmo fui conhecer quando fui estudar na Suíça. Aprimorei-me, e logo me veio o sonho de escalar o Monte Everest, o mais alto da Terra.

Naquela época só era possível escalar pelo Nepal, pois a China não permitia, e o número de expedições era limitado. Fiquei sabendo que o neo-zelandês Edmund Hillary faria uma expedição sob bandeira inglesa em 1953, porém, após alguns contatos, esmoreceu o meu ânimo de buscar uma colocação na equipe. A possibilidade de Hillary incluir um brasileiro no time de primeira era mínima, para não dizer zero. Simplesmente não éramos conhecidos como exímios alpinistas.

Aí me veio uma ideia. Não vou como membro da equipe inglesa, como alpinista ocidental, e sim, como sherpa. Mudei-me para o Nepal, aprendi rapidamente o idioma dos sherpa (sempre tive facilidade para línguas, falo 30), e trouxe algumas maquiagens da Europa para ficar com aparência de Sherpa. Dava muito trabalho aplicar a maquiagem, mas valeu a pena. Mudei o nome para Watta Tikkah.

Como estava no auge do meu preparo físico, fui rapidamente aprovado por Hillary, que inicialmente não desconfiou que eu não era sherpa. Quando desconfiou já era tarde, estávamos a mais de 6000 metros de altura e Edmund não iria rodar a baiana. Hillary viu que eu entendia inglês perfeitamente, enquanto os outros sherpa tinham muita dificuldade e ficavam jum olhando para o outro quando pedia algo. Dei bandeira. Dei mesmo, verão adiante. Eddie aplicou a filosofia do não se mexe em time que está ganhando.

Quando chegamos no último acampamento, a 8500 metros, infelizmente não fui escolhido para integrar o time que subiria ao cume. Uma pena!!! Hillary e seus escolhidos partiram, só que esqueceram a bandeira britãnica que fincariam no cume da montanha! Um grande mico. Como eu era de longe o "Sherpa" melhor preparado dos que ficaram, fui escalado para alcançá-los e entregar a bandeira.

Escalei que nem um louco. Esbaforido, faltava-me o ar, porém, passei algum tempo correndo maratonas no Perú e Bolívia para me preparar, e logo me recuperava. Eventualmente, uma grande surpresa. Cheguei ao cume do Everest, a 8848 metros, e nem sinal de Hillary ou da sua equipe. Fiquei esperando uns quinze minutos, e nada. Era umas 10 e meia. Logo deduzi que devia ter subido pelo flanco oposto, eu subi no sul, eles deveriam estar no norte. Assim, fui descendo o flanco norte, até avistá-los de longe. Deu um pouco de trabalho, mas fiz de conta que estava vindo por baixo, para que não soubessem que já tinha estado lá em cima. Sim, a fineza de espírito que só nos nobres temos. O resto é história.

Quando desci no acampamento dos 8500 metros notei que faltava no meu bolso o escudinho do meu querido Fluminense, que sempre levava no bolso nas minhas escaladas para dar sorte. Fiquei um pouco apreensivo, pois naquela época, acredite ou não, era um pouco supersticioso. Mas não iria subir e descer 348 metros para procurar o danado amuleto, deixei para lá.

Depois de algum tempo a expedição voltou ao nível base, que no Nepal ainda fica alguns quilometros acima do nível do mar. Num jantar celebratório, Hillary me pegou de lado e me fez confessar que não era Sherpa. Disse-lhe que era brasileiro, e rimos muito. Ele disse que também tinha uma confissão a fazer. Achava que algum extra-terreno tinha estado no cume do Everest antes dele, pois tinha achado algo que parecia um escudo de metal vermelho, verde e branco. Os seus assistentes não viram, e ele rapidamente enterrou o escudo na neve. O escudo do meu querido Fluminense, vejam só.  

Friday, April 18, 2014

A questão do cerrado

Era muito amigo de Juscelino Kubitschek, que me foi apresentado pelo meu amigo Phogozyk. JK era um homem muito culto, e com ele conversava sobre política, medicina (nós dois éramos médicos), em tcheco, idioma dos seus antepassados, o qual eu falava perfeitamente. Quando se tornou presidente, ficou um pouco difícil ter contato constante com ele, embora também morasse no Rio de Janeiro, porém, sempre que podiamos, íamos tomar um chá no Cirandinha, onde contávamos com uma mesa cativa. Fechavam a sala só para nós.

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